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Facts & News not to Forget 2025: Pulitzer, Downbeat Critics Poll, Braxton no Hall of Fame, NEA Jazz Masters, e outros

A edição de agosto da revista Downbeat trouxe uma grata surpresa com Anthony Braxton na capa e o anúncio de que o grande compositor e saxofonista do free jazz e avant-garde foi incluído no seu Jazz Hall of Fame. Braxton acaba de completar 80 anos de idade e está na ativa desde 1968, com sua carreira somando centenas de lançamentos criativos, uma teoria musical de notação própria e filosofias inventivas, e uma inconteste contribuição para o jazz e para a música criativa de um modo geral, além dele ter descoberto grandes músicos e ser, desde sempre, um mestre influente para muito dos jovens músicos do "modern creative" no âmbito do jazz do século 21. Aqui no Instrumental Verves, inclusive, dediquei um post mais extenso à Braxton —— leiam!!! Ademais, nessa mesma edição de Agosto, a Downbeat anunciou seu 73º Critics Poll, que é a lista dos álbuns e músicos de jazz que mais se destacaram entre 2024 e 2025 na visão dos seus críticos contratados e convocados. Para quem já acompanha, é sabido que esse poll divide-se entre os instrumentistas do ano que já figuram na categoria principal e os "rising stars", que são os principais músicos em ascensão. Nessa edição, a Downbeat destaca que foram listados mais de 1400 indicações entre álbuns e artistas, sendo esse o maior Critics Poll da sua história. Além de Braxton, destacam-se nessa edição: James Brandon Lewis nas categorias Artista do Ano e Saxofonista Tenor do Ano; Patricia Brennan com seu álbum Breaking Stretch (Pyroclastic Records, 2024) sendo o Album do Ano e ela sendo a Vibrafonista do Ano; o jovem Immanuel Wilkins nas categorias Sax-altoísta do Ano e Rising Star Artist of the Year; Ambrose Akinmusire como o Trompetista do Ano; a supercriativa Ingrid Laubrock em duas categorias "rising star", como compositora e como bandleader do seu large ensemble; Brian Blade como Baterista do Ano; o jovem Isaiah Collier ganhando em três categorias "rising star, como Sax-tenorista do Ano, com o Grupo do Ano e como o Flautista do Ano; Mary Halvorson como a Guitarrista do Ano e com sua banda Amaryllis também considerada o Grupo do Ano; Zakir Hussain, que faleceu em 2024, também foi laureado como o Percussionista do Ano; entre muitos outros. Particularmente, para quem já me acompanha aqui no blog, sempre digo que sou um tanto crítico em relação a essas listas, que muitas das vezes tendem a repetir muitos nomes apenas porque são veteranos que já estão consolidados com uma agenda cheia de shows e de mídia, quando esse espaço poderia ser preenchido com músicos que realmente estão lançando novos álbuns em novas direções —— a impressão, aliás, é que muito dos críticos da revista tem preguiça de fazer a lição de casa, de garimpar e monitorar os inúmeros músicos que estão se destacando nos EUA e em todo o mundo, uma vez que o jazz se tornou um fenômeno universal. Mas, a Downbeat melhorou nessa questão e essa edição de 2025 também lista muitos jovens músicos que estão lançando álbuns e projetos inovadores. Veja 👉aqui todos os indicados!!!

Também lhes trago aqui notícias do Doris Duke Artist Awards, uma das premiações e honraria que passamos a acompanhar de uns tempos para cá. O Doris Duke Artist Awards é uma das maiores e mais prestigiadas premiações de apoio financeiro a artistas individuais nos Estados Unidos. Criado pela Doris Duke Charitable Foundation (DDCF) em 2012, o programa tem como objetivo oferecer recursos significativos, flexíveis e de longo prazo para que artistas de destaque em jazz, dança e teatro possam sustentar e expandir suas carreiras sem as restrições comuns de patrocínios ou bolsas condicionadas. Em 2025, o Doris Duke Artist Awards consagrou seis artistas nas áreas de jazz, dança e teatro, e na modalidade do jazz Kassa Overall e Brandee Younger —— que, inclusive, já a abordamos aqui no blog —— foram reconhecidos como representantes notáveis, sendo ambos agraciados com um generoso subsídio de US$ 525.000 em recursos não restritos, distribuídos ao longo de sete anos, além de um bônus de até US$ 25.000 para aposentadoria. Kassa Overall, músico, baterista, produtor e rapper indicado ao Grammy, é celebrado por sua fusão inovadora de estilos do hip-hop e jazz contemporâneo. Brandee Younger, por sua vez, é reconhecida como a harpista de jazz mais proeminente da atualidade, elevando a harpa a novos patamares ao integrar este clássico instrumento em misturas de influências de jazz, soul e funk: recentemente ela ganhou destaque como a primeira mulher negra a receber uma indicação ao Grammy na categoria de Melhor Composição Instrumental, além de ter se destacado vencedora do NAACP Image Award de 2024. Juntam-se a eles na honraria Paloma McGregor (dança), Faye Driscoll (dança), Branden Jacobs-Jenkins (teatro) e Marisela Treviño Orta (teatro), todos reconhecidos por suas contribuições transformadoras às artes nos Estados Unidos. Acesse o site do DDA Awards!!!

E o Pulitzer Prize, talvez o maior prêmio e a maior honraria da literatura e da música, resolveu continuar a seguir o rumo da diversidade e diferenciação. Desde que Wynton Marsalis conquistou em 1997 o Prêmio Pulitzer de Música com Blood on the Fields — a primeira obra de jazz e a primeira não clássica a receber o prêmio —, a premiação vem ampliando sua abertura a uma diversidade de estilos para refletir as pluralidades contemporâneas e derribar os preconceitos ainda existentes, tendo reconhecido nas últimas duas décadas nomes como Henry Threadgill (em 2016, pela peça In for a Penny, In for a Pound), Kendrick Lamar (pela sua obra de hip hop DAMN de 2018), e Anthony Davis (2020, com a ópera The Central Park Five), além de acolher vozes das searas mais experimentais da música como o compositor indígena da Nação Navajo Raven Chacon (com a obra Voiceless Mass sendo vencedora em 2022), e o iconoclasta John Zorn (que foi finalista em 2015 com sua peça para trio The Aristos e já havia figurado entre os indicados em 2000 com a incrível peça Contes de Fées). É nesse contexto de valorização de múltiplas expressões criativas que também se encaixa a percussionista, compositora, improvisadora e artista sonora Susie Ibarra, agraciada com o Pulitzer de Música de 2025 por sua inspiradora composição Sky Islands, um verdadeiro chamado musical à conscientização ecológica. A obra mescla tradições musicais do norte das Filipinas ligadas ao kulitang e outros ritmos usando instrumentos de bambu, gongos e flauta dentro da formação instrumental de um octeto que preza pela tanto por interligar a tradição com a contemporaneidade como também preza por interligar composição com improvisação. Encomendada pela Asia Society, com apoio de instituições como a Fromm Music Foundation e o New York State Council on the Arts, a obra estreou mundialmente em 18 de julho de 2024 em Nova Iorque, executada por um conjunto de oito músicos: Ibarra e Levy Lorenzo na percussão, Claire Chase na flauta, Alex Peh no piano e o quarteto de cordas Bergamot. Nascida em Anaheim, Califórnia, em 1970 de pais filipinos e tendo sido criada em Houston, Ibarra tem formação em música erdutia, nas tradições do kulintang filipino e desenvolve uma carreira multifacetada regada a avant-garde, livre improvisação, ópera, música eletrônica, teatro e instalações de arte. Colaborou com artistas como Pauline Oliveros, John Zorn, David S. Ware e com bandas como Yo La Tengo, e foi contemplada com bolsas, comissões e residências de prestígio como DAAD-Berlim e a Charles Ives Fellowship. Ibarra também se consolidou como diletante ativista cultural e ambiental em projetos de preservação ecológica e valorização das culturas e comunidades indígenas e asiáticas.

Também lhes trago as importantes as premiações e honrarias dadas pela associação dos jornalistas americanos, o Jazz Journalists Award. A curadoria é feita por produtores, jornalistas, fotógrafos, escritores, blogueiros e críticos musicais sob o crivo da Journalists Association. Então, o viés literário e jornalístico o diferencia de outras listas de prêmios e honrarias, inclusive indicando os melhores fotógrafos e fotografias, os melhores artigos e sites jornalísticos sobre jazz, os melhores blogs, os melhores livros, e etc. Tirando o fato de ter nomes repetidos que já foram listados nas edições anteriores nas categorias de instrumentistas —— e sem deixar de reconhecer que algumas dessas repetições foram realmente merecidas ——, gostei bastante da edição de 2025 do JJA Awards. O fato dos jornalistas estarem atentos para figuras como o saxofonista Isaiah Collier, a pianista Myra Melford, a violoncelista Tomeka Reid, o veterano percussionista Kahil El'Zabar, a vibrafonista Patricia Brennan e a guitarrista de pedal steel Susan Alcorn, demonstra o viés multi-estilístico do jazz contemporâneo e certo grau de imparcialidade, uma vez que houve tempos em que essas premiações foram sempre muito conservadoras em torno do jazz mais straight-ahead. Outras duas incursões interessantes nessa lista foi: a inclusão da premiação dada à transmissões ao vivo, dessa vez dada ao pianista Emmet Cohen, que criou uma espécie de broadcast em sua casa, o Live From Emmets Place, canal do YouTube de grande audiência; e a inclusão da categoria Instrumentistas de Instrumentos Eletrônicos do Ano, premiação dada à haitiana, percussionista e manipuladora de toca-discos, Val Jeanty. Ademais deixo abaixo os vencedores em todas as categorias, incluindo nas categorias de melhores álbuns e melhores instrumentistas.  No site da JJA tem também todos os indicados, incluindo uma playlist com os álbuns dos músicos relacionados.


JJA Jazz Awards 2025

Prêmios de Performance e Gravações

Lifetime Achievement in Jazz:  George Coleman

Músico do Ano: Marhall Allen

Músico-Revelação do Ano: Isaiah Collier

Compositor(a) do Ano: Myra Melford

Arranjador(a) do Ano: Maria Schneider

Disco do Ano: The Sky Will Still Be There Tomorrow, Charles Lloyd (Blue Note)

Gravação Histórica do Ano: Forces Of Nature: Live At Slugs, de McCoy Tyner & Joe Henderson (Blue Note)

Gravadora do Ano: Blue Note Records

Vocalista Masculino do Ano: Kurt Elling

Vocalista Feminina do Ano: Cécile McLorin Salvant

Large Ensemble ou Big Band do Ano: Maria Schneider Orchestra

Ensemble Médio do Ano: Artemis

Duo do Ano: Cécile McLorin Salvant (piano) & Sullivan Fortner

Trompetista do Ano: Ambrose Akinmusire

Trombonista do Ano: Steve Turre

Especialista em Metais do Ano: Bob Stewart (tuba)

Saxofonista Alto do Ano: Immanuel Wilkins

Saxofonista Tenor do Ano: Joe Lovano

Saxofonista Barítono do Ano: James Carter

Saxofonista Soprano do Ano: Branford Marsalis

Multi-reed Player do Ano: Chris Potter

Flautista do Ano: Nicole Mitchell

Clarinetista do Ano: Anat Cohen

Guitarrista do Ano: Mary Halvorson

Instrumentista de Cordas do Ano: Tomeka Reid

Pianista do Ano: Kenny Barron

Tecladista do Ano: Herbie Hancock

Baixista do Ano: Linda May Han Oh

Baixista Elétrico do Ano: John Patitucci

Percussionista do Ano: Kahil El’Zabar

Vibrafonista do Ano: Patricia Brennan

Baterista do Ano: Brian Blade

Instrumentista de Instrumentos Incomuns (no Jazz) do Ano : Susan Alcorn (guitarrista com pedal steel)

Instrumentista de Instrumentos Eletrônicos do Ano: Val Jeanty (teclados, eletrônicos, toca-discos)


JJA Jazz Awards 2025

Prêmios de Jornalismo e Mídia

Lifetime Achievement in Jazz Journalism: Paul de Barros

Prêmio Robert Palmer-Helen Oakley Dance para Excelência em Escrita: Ted Gioia

Prêmio Marian McPartland-Willis Conover para Excelência em Transmissão: Arturo Gomez

Prêmio Lona Foote-Bob Parent para Excelência em Fotografia: Luciano Rossetti

Foto do Ano: Sophye Soliveau, fotografada por Didier Jallais

Blog do Ano: The Big, de Nate Chinen

Livro do Ano sobre Jazz – Biografia ou Autobiografia: Jazz Revolutionary: The Life & Music Of Eric Dolphy de Jonathan Grasse (Jawbone Press)

Livro do Ano sobre Jazz – História, Crítica e Cultura: Jelly Roll Blues: Censored Songs and Hidden Histories de Elijah Wald (Hatchette Books)

Periódico/Website de Jazz do Ano (editado, curado, múltiplos colaboradores): DownBeat

Blog de Jazz do Ano (posts por autor único ou coletivo): The Big, de Nate Chinen

Podcast de Jazz do Ano: The Buzz: The JJA Podcast

Produtor de Transmissão ao Vivo do Ano: Emmet Cohen - Live From Emmets Place

Arte de Álbum do Ano: Beyond This Place, arte de R. Gregory Christie (Artwork Records)


O NEA Jazz Masters Fellowship, mantido pela agência federal National Endowment for the Arts (NEA), é considerada a mais alta honraria dos Estados Unidos no campo do jazz —— uma espécie de "Oscar do Jazz". Criado em 1982, o programa homenageia anualmente artistas veteranos por suas contribuições duradouras ao gênero do jazz, já tendo reconhecido jazz masters como Dave Brubeck, Quincy Jones, Sun Ra, Dianna Reeves e Kenny Barron. Nesta edição de 2025, os laureados foram Marshall Allen, Marilyn Crispell, Chucho Valdés e o jornalista Gary Giddins, agraciado com o A. B. Spellman NEA Jazz Masters Award for Jazz Advocacy, cada um recebendo uma bolsa de US$ 25.000. Marshall Allen, que na data da premiação completava cerca de 100 anos e hoje está com 101 anos, é célebre por sua abordagem visceral ao saxofone e por liderar a lendária Sun Ra Arkestra, grupo que assumiu após a morte de Sun Ra em 1993, mantendo viva a magia dessa estelar "big band. Marilyn Crispell, pianista inovadora, compositora e educadora, destacou-se a partir de fins de 1970 no cenário do free jazz e avant-garde, com influências de John Coltrane e Cecil Taylor, além de colaborações marcantes e prêmios como o Guggenheim Fellowship. Chucho Valdés, pianista, compositor e arranjador cubano, é um dos nomes centrais do jazz latino e afro-cubano, com uma carreira que ultrapassa seis décadas de contribuição. E, por fim, Gary Giddins, referência no jornalismo musical, se destaca por ter mais de 50 anos de atuação como crítico, autor e educador, com textos publicados em veículos como The New York Times, The New Yorker, Esquire e Village Voice, onde assinava a coluna "Weather Bird". A cerimônia de homenagem aconteceu em 26 de abril de 2025, no Eisenhower Theater do John F. Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington, DC, e contou com um concerto apresentado pelo diretor artístico de jazz Jason Moran, tendo ainda Marshall Allen liderando a Sun Ra Arkestra, Crispell tocando ao lado do baixista Reggie Workman (NEA Jazz Master em 2020), Valdés se apresentando com seu Royal Quartet (Horacio Hernandez, José A. Gola e Roberto Jr. Vizcaino Torre) e, em tributo a Giddins, David Murray conduziu uma performance com Russell Carter, Emma Dayhuff e Marta Sánchez. Além do concerto, houve uma masterclass de Chucho Valdés na Howard University no dia 24 de abril e uma listening party com os Jazz Masters na sede da NPR em 26 de abril, ambos abertos ao público. Esses eventos foram transmitidos ao vivo e permanecem disponível nas plataformas para quem quiser acessar, reafirmando a importância dessa premiação conferida pelo governo americano como ato de preservação e expansão da arte do jazz e dos legados dos seus gênios inovadores.

Nos últimos tempos tenho virado os ouvidos para as cenas do jazz nos redutos da Europa. Há, atualmente, muitos músicos criativos na Europa e, como o jazz se tornou um fenômeno mundial e multi-cultural, nossa sina é trazer informações desses músicos para os leitores e ouvintes. E uma das premiações que destacam esses músicos é a Deutscher Jazzpreis 2025, premiação alemã que celebra a diversidade e inovação na cena jazzística nacional e internacional. A cerimônia de premiação foi realizada em 13 de junho de 2025 no E-Werk, em Colônia, tendo como indicados músicos e bandas da Alemanha, dos EUA e de outros pontos da Europa. Para enriquecer os pleitos, uma comissão internacional de experts avaliou 76 indicações e premiou 22 categorias, abrangendo melhores álbuns do ano (da Alemanha e internacional), melhores performances ao vivo (alemãs e internacionais), festivais eruopeus, produções jornalísticas e iniciativas de inclusão musical. Os vencedores receberam troféus e premiação em dinheiro, além de subsequentes convites para shows, entrevistas e concertos. Na cerimônia houve ainda uma programação ao vivo com artistas como o grande pianista sul-africano Nduduzo Makhathini, a percussionista camaronesa-alemã Philo Tsoungui e a banda multidisciplinar Sonic Interventions, destacando a pluralidade  do evento e, por consequência,  a pluralidade estilística do jazz. Segue abaixo, os ganhadores. No site da premiação há, além dos ganhadores, todos os indicados. Vale à pena espiar e seguir os músicos!!!


Deutscher Jazzpreis 2025

Artistas Premiados 

Vocal: Sera Kalo

Madeiras: Ingrid Laubrock

Metais: Dima Bondarev

Piano / Teclados: Kit Downes

Cordas: Nick Dunston

Bateria / Percussão: Philo Tsoungui

Artista do Ano (nacional): Eva Klesse

Grande Ensemble do Ano (nacional): Carl Wittigs Aurora Oktett

Artista do Ano (internacional): Marshall Allen

Grande Ensemble do Ano (internacional): Jihye Lee Orchestra


Deutscher Jazzpreis 2025

Gravação/ Produção Premiadas

Álbum do Ano: Love Avatar – Peter Gall

Revelação do Ano: Do you remember? – Sonic Interventions

Broadcast/ Produção de Rádio do Ano: Allgäu meets India – hr-Bigband com Matthias Schriefl

Álbum Internacional do Ano: ØKSE – ØKSE

Revelação Internacional do Ano: Good Intentions – Alden Hellmuth


Deutscher Jazzpreis 2025

Performances ao Vivo Premiadas

Festival do Ano: PENG Festival

Atração ao Vivo do Ano (nacional): Andromeda Mega Express Orchestra

Atração ao Vivo Internacional do Ano: Nduduzo Makhathini


Deutscher Jazzpreis 2025

Composição/ Arranjo

Composição/Arranjo do Ano: PlanetWoman – Birgitta Flick