JESSIE MONTGOMERY (COMPOSITORA) | MIGUEL ZENÓN (SAXOFONISTA) | THOMAS ÀDES (COMPOSITOR) |
Mas, ainda assim, o Grammy Award não deve superar as expectativas do apreciador outsider como um guia ou referência estritamente qualitativo. Diante disso, é preciso sempre reafirmar que no universo da música, assim como em qualquer outra forma de arte ou manifestação cultural, a QUALIDADE existe tanto quanto a FALTA DE QUALIDADE em termos de análise: basta-se apenas que se faça uma análise mais apurada em níveis de conceitos criativos, melodia, harmonia, ritmos, arranjos e letras para se verificar em qual das duas instâncias estamos submetendo nossos ouvidos. O que acontece hoje, porém, é que que existe uma atrofia e um desvirtuamento do ofício da crítica musical. Os grandes jornais, as grandes mídias, os grandes canais valorizam cada vez menos o espaço e o papel do crítico de música e do pesquisador de ouvidos com senso qualitativo, de modo que essas mídias estão sempre inclinadas a usar todos os espaços possíveis para divulgar os entretenimentos que mais estão vendendo no showbusiness, assim faltando espaços para curadorias mais exigentes, boas indicações, resenhas de álbuns ousados e espaços dedicados para estilos de MÚSICA-ARTE de criatividade mais exploratória, mais desafiadora, humanista, orgânica e experimental. Por outro lado, a internet possibilitou para que qualquer ouvinte mais curioso possa, hoje, se dispor de autonomia para fazer suas próprias pesquisas e aguçar sua própria percepção qualitativa. Dessa forma, ainda que o instrumental, o underground, o alternativo e o indie não sejam impulsionados por algoritmos tanto quanto o pop dance de peitos e bundas ou tanto quanto outras tendências comerciais que sempre ficam dispostas a apenas um clique de distância, atualmente o espectador mais curioso e o apreciador de ARTE tem muito mais facilidades do que antes em buscar sites, blogs, plataformas e canais alternativos onde se aprecie música inteligente. Isso se decorre do fato de que já nos 2000, os blogs e sites alternativos já ofereciam, aos montes, esse tipo de busca mais ousada em direção a materiais cult e outsiders, oferecendo downloads gratuitos (ilegais ante ao Copyright, é verdade..., mas um fórceps que foi inevitável e necessário) e resgatando inúmeras pérolas obscurecidas, estabelecendo a cultura da garimpagem que até hoje conquista adeptos mais resilientes e curiosos. A partir daí, já em fins dos anos 2000 e início dos anos 2010, surgiram diversas plataformas de streaming que começaram a democratizar massivamente o acesso aos singles, álbuns e EP's para toda a população a partir de pacotes de assinaturas economicamente acessíveis às todas as classes: não mais seria necessário que o adepto dos downloads excedesse os gigabytes de armazenamento do HD do seu desktop ou da memoria do seu celular, e não mais seria necessário um apreciador de discos e CD's atravessar a cidade para acessar o acervo de uma daquelas lojas da Fnac, uma vez que agora qualquer pessoa poderia acessar um acervo milhões de vezes maior no sofá da sua casa a partir de plataformas como o Spotify, o Deezer e o Bandcamp. Isso elevou o padrão de buscas das pessoas por ARTE e MÚSICA e possibilitou que qualquer ouvinte e apreciador mais curioso, mesmo o residente da periferia sem qualquer pré disposição educacional para esse tipo de busca mais refinada, pudesse sair da bolha midiática na qual estava enclausurado para elevar o seu nível de percepção, apreciação e educação por meio de uma exposição infinitamente mais ampla da CULTURA e da ARTE em vários gêneros.
Mas mesmo diante da massificação da distribuição musical e desses fenômenos todos, a indústria musical nunca parou de agir para sempre ter o controle de como influenciar, entreter, distrair e viciar as pessoas com modinhas e tendências. E é aí que entram os algoritmos, os rankings e as premiações de "melhores" e "maiores". Mercadologicamente falando, portanto, é inegável que o Grammy tenha, sim, sua devida importância como o farol efetivo que traz luz para quais trabalhos musicais, em vários gêneros, estão sendo postos no pedestal para indicar direções e tendências. Ou seja, o Grammy é muito importante, sim, para sabermos quais tendências em uma época —— no passado e no presente —— a indústria musical esteve ou estará disposta a financiar. Mesmo quanto ao jazz, a música erudita e outras formas de músca instrumental, os quais são aqui nossos únicos interesses, esses certames, listas e rankings como os indicados ao Grammy e os charts da Billboard tem sido muito importantes em termos de mostrar as intenções da indústria musical através dos seus selos e subsidiárias no âmbito do mainstream, bem como em termos de mostrar as competições e o jogo que nas últimas décadas se estabeleceu entre as gravadoras independentes e essas subsidiárias mantidas pelas grandes majors. Diante disso, devemos nos abster da visão generalista de que tudo o que é comercial é artisticamente inferior: isso eu aprendi, por exemplo, com Herbie Hancock, que lançava alguns álbuns comerciais nos anos de 1970 e 1980, mas sempre eram álbuns que traziam algumas inovações sem precedentes. É natural, então, que os músicos mais ativos e criativos do jazz revezem-se entre produções experimentais e alternativas e produções comerciais: ou seja, ainda que eles evitem de se "prostituir", eles precisam considerar todas as opções e espaços dignos para se atingir o maior número de pessoas dentro desse restrito nicho que é a música instrumental. Também é natural que os músicos mais ativos e criativos comecem a chamar a atenção não mais apenas das gravadoras independentes, mas também dos selos e subsidiárias mantidas pelas grandes majors, as quais, por sua vez, acabam por impor contratos que modelam e dão um polimento mais mainstream aos projetos desses músicos: a recente contratação da guitarrista Mary Halvorson pela Nonesuch é um exemplo disso, ainda que, ao que tudo indica, a guitarrista tenha conseguido manter muito da sua essência e independência criativa nessa sua guinada. E esses muros precisam ser mesmo transpassados e derribados! Artistas experimentais do quilate de Mary Halvorson e John Zorn, por exemplo, não podem ficar apenas fadados ao underground, uma vez que são eles quem estão fazendo o jazz evoluir. Até porque estamos na Era da Pós-Modernidade onde há muito tempo nao se sustenta a velha dicotomia "avant-garde versus mainstream". O mainstream existe e o avant-garde também existe —— são antagônicos ——, mas um mesmo músico pode, atualmente, optar paralelamente por ambos sem nenhum demérito em relação a sua identidade ou ao seu exigente senso de qualidade.
É preciso reconhecer, também, que muito daquilo que se definia como mainstream se saturou e muito dos procedimentos artísticos que dantes definíamos com os rótulos "avant-garde" e/ou "experimental" já foram amplamente assimilados e abraçados por uma nova definição de um novo mainstream que hoje, na pós-modernidade, vivenciamos. Tanto que muitos dos artistas contemporâneos já nem fazem mais questão de manter aquela velha dicotomia da "arte rebelde versus arte mainstream" que dominou os embates no século 20. Isso é velho, pedante, passadista e não reflete os sincretismos ecleticistas do século 21! Além disso é preciso entender que há um jogo na indústria musical que procura equilibrar registros lucrativos via tendências comerciais com registros que fato evidenciem talento, criatividade, inovação e riqueza cultural. Esse equilíbrio não é justo, pois o mercado irá valorizar muito mais as tendências e a modinhas de verão para maximizar seus lucros, mas as grandes gravadoras também não querem ser estigmatizadas como apenas antros ou criadouros de modinhas e banalidades, de forma que elas também sentem a necessidade de valorizar um mínimo de projetos e albuns que evoquem a ARTE através de valores como o talento, a criatividade e a inovação. E o Grammy é a demonstração fidedigna desse equilíbrio disforme! Junte-se a esse "equilíbrio" uma maior pré disposição por evidenciar a diversidade de misturas e gêneros que definem essa nossa era da pós-modernidade e conseguiremos entender o real desafio que os selos e gravadoras tradicionais precisam enfrentar para não estarem atrasados no tempo e no espaço em que hoje disputam. E felizmente na música erudita, mais propriamente, as indicações do Grammy 2023/ 24 tem refletido essa contemporaneidade, muito em parte pelo alto nível de criatividade, diversidade e qualidade das produções financiadas pela grande gama de selos menores e gravadoras independentes que surgiu nas últimas décadas. Na música erudita, mesmo, gravadoras como a Cantaloup Music e a New Amsterdam Records tem encabeçado um movimento chamado "indie classical music" que começou isolado nos anos 2000 e agora começa a conquistar substancialmente o novo mainstream, com seus artistas e seus álbuns sendo, inclusive, indicados em várias categorias no Grammy. Dito isso, mais uma vez confesso que até consigo admitir que o Grammy —— assim como o Pullitzer: e já escrevi sobre isso 👉aqui no blog —— elevou substancialmente seu nível de curadoria nos últimos certames dos gêneros de música instrumental, jazz e música erudita, mesmo indicando registros de veraneio e obras emburrecedoras do pop dance no lado oposto do diâmetro. Esse fenômeno vem acontecendo justamente porque a internet não apenas abriu inúmeras possibilidades das pessoas buscarem por trabalhos de aspecto mais cult, indie e outsider, algo que fez com que o número de gravadoras e selos independentes explodissem nas últimas décadas, mas principalmente porque o debate sobre diversidade e variedade de gêneros está em alta em todos os fóruns, canais da mídia e redes sociais. É uma marca da pós-modernidade em que vivemos e acho que a humanidade pode lutar contra o fascismo e se tornar mais igualitária a partir desse fenômeno. Abaixo, faço algumas ponderações e alguns comentários sobre os indicados e ganhadores do Grammy 2023/ 24 no âmbito da música instrumental. As indicações sinalizadas com estrelas foram as que eu torci para que recebessem o prêmio...
Embalagem, Encarte e Histórico
Melhor Embalagem de Gravação- Stumpwork – Dry Cleaning🏆
- The Art of Forgetting – Caroline Rose
- Cadenza 21' – Ensemble Cadenza 21'⭐
- Electrophonic Chronic – The Arcs
- Gravity Falls – Brad Breeck
- Migration – Leaf Yeh
Melhor Embalagem de Box ou Edição Especial Limitada- For The Birds: The Birdsong Project – Vários artistas 🏆
- The Collected Works of Neutral Milk Hotel – Neutral Milk Hotel
- Gieo – Ngọt
- Inside: Deluxe Box Set – Bo Burnham
- Words & Music, May 1965 – Deluxe Edition – Lou Reed
Melhor Encarte- Written in Their Soul: The Stax Songwriter Demos – Vários artistas 🏆
- Evenings at The Village Gate: John Coltrane with Eric Dolphy (Live) – John Coltrane e Eric Dolphy⭐
- I Can Almost See Houston: The Complete Howdy Glenn – Howdy Glenn
- Mogadishu's Finest: The Al Uruba Sessions – Iftin Band
- Playing for the Man at the Door: Field Recordings from the Collection of Mack McCormick, 1958–1971 – Vários artistas
Melhor Álbum Histórico- Written in Their Soul: The Stax Songwriter Demos – Vários artistas 🏆
- Fragments – Time Out of Mind Sessions (1996–1997): The Bootleg Series, Vol. 17 – Bob Dylan
- The Moaninest Moan of Them All: The Jazz Saxophone of Loren McMurray, 1920–1922 – Vários artistas⭐
- Playing for the Man at the Door: Field Recordings from the Collection of Mack McCormick, 1958–1971 – Vários artistas
- Words & Music, May 1965 – Deluxe Edition – Lou Reed
- Stumpwork – Dry Cleaning🏆
- The Art of Forgetting – Caroline Rose
- Cadenza 21' – Ensemble Cadenza 21'⭐
- Electrophonic Chronic – The Arcs
- Gravity Falls – Brad Breeck
- Migration – Leaf Yeh
- For The Birds: The Birdsong Project – Vários artistas 🏆
- The Collected Works of Neutral Milk Hotel – Neutral Milk Hotel
- Gieo – Ngọt
- Inside: Deluxe Box Set – Bo Burnham
- Words & Music, May 1965 – Deluxe Edition – Lou Reed
- Written in Their Soul: The Stax Songwriter Demos – Vários artistas 🏆
- Evenings at The Village Gate: John Coltrane with Eric Dolphy (Live) – John Coltrane e Eric Dolphy⭐
- I Can Almost See Houston: The Complete Howdy Glenn – Howdy Glenn
- Mogadishu's Finest: The Al Uruba Sessions – Iftin Band
- Playing for the Man at the Door: Field Recordings from the Collection of Mack McCormick, 1958–1971 – Vários artistas
- Written in Their Soul: The Stax Songwriter Demos – Vários artistas 🏆
- Fragments – Time Out of Mind Sessions (1996–1997): The Bootleg Series, Vol. 17 – Bob Dylan
- The Moaninest Moan of Them All: The Jazz Saxophone of Loren McMurray, 1920–1922 – Vários artistas⭐
- Playing for the Man at the Door: Field Recordings from the Collection of Mack McCormick, 1958–1971 – Vários artistas
- Words & Music, May 1965 – Deluxe Edition – Lou Reed
Produção, Engenharia, Composição e Arranjo
Melhor Engenharia de Álbum, Não Clássico- Jaguar II – Victoria Monét🏆
- Desire, I Want to Turn Into You – Caroline Polachek
- History – Bokanté
- Multitudes – Feist
- The Record – Boygenius
Melhor Engenharia de Álbum, Clássico- Contemporary American Composers – Riccardo Muti e Chicago Symphony Orchestra🏆
- The Blue Hour – Shara Nova e A Far Cry ⭐
- Fandango – Gustavo Dudamel, Anne Akiko Meyers, Gustavo Castillo e Los Angeles Philharmonic
- Sanlikol: A Gentleman of Istanbul – Symphony for Strings, Percussion, Piano, Oud, Ney & Tenor – Mehmet Ali Sanlıkol, George Lernis e A Far Cry
- Tchaikovsky: Symphony No. 5 & Schulhoff: Five Pieces – Manfred Honeck e Pittsburgh Symphony Orchestra
Produtor do Ano, Clássico- Elaine Martone🏆
- David Frost
- Morten Lindberg
- Dmitriy Lipay
- Brian Pidgeon
Melhor Gravação Remixada- "Wagging Tongue" (Wet Leg Remix) – Depeche Mode (remixador: Wet Leg)🏆
- "Alien Love Call" – Turnstile e BadBadNotGood featuring Blood Orange (remixador: BadBadNotGood)
- "New Gold" (Dom Dolla Remix) – Gorillaz featuring Tame Impala e Bootie Brown (remixador: Dom Dolla)
- "Reviver" (Totally Enormous Extinct Dinosaurs Remix) – Lane 8 (remixador: Totally Enormous Extinct Dinosaurs)
- "Workin' Hard" (Terry Hunter Remix) – Mariah Carey (remixador: Terry Hunter)
Melhor Álbum de Áudio Imersivo- The Diary of Alicia Keys – Alicia Keys🏆
- Act 3 (Immersive Edition) – Ryan Ulyate
- Blue Clear Sky – George Strait
- God of War Ragnarök (Original Soundtrack) – Bear McCreary
- Silence Between Songs – Madison Beer
Melhor Composição Instrumental- "Helena's Theme" – John Williams🏆
- "Amerikkan Skin" – Lakecia Benjamin feat. Angela Davis
- "Can You Hear The Music" – Ludwig Göransson
- "Cutey And The Dragon" – Quartet San Francisco feat. Gordon Goodwin's Big Phat Band
- "Motion" – Béla Fleck, Edgar Meyer e Kazir Hussain feat. Rakesh Chaurasia⭐
Melhor Arranjo, Instrumental ou A Capella- "Folsom Prison Blues" – The String Revolution featuring Tommy Emmanuel🏆
- "Angels We Have Heard On High" – Just 6
- "Can You Hear the Music" – Ludwig Göransson
- "I Remember Mingus" – Hilario Durán e His Latin Jazz Big Band featuring Paquito D'Rivera⭐
- "Paint It Black" – Wednesday Addams
Melhor Arranjo, Instrumentos e Vocais- "In the Wee Small Hours of the Morning" – Säje Featuring Jacob Collier⭐🏆
- "April in Paris" – Patti Austin featuring Gordon Goodwin's Big Phat Band
- "Com Que Voz (Live)" – Maria Mendes featuring John Beasley & Metropole Orkest
- "Fenestra" – Cécile McLorin Salvant
- "Lush Life" – Samara Joy
- Jaguar II – Victoria Monét🏆
- Desire, I Want to Turn Into You – Caroline Polachek
- History – Bokanté
- Multitudes – Feist
- The Record – Boygenius
- Contemporary American Composers – Riccardo Muti e Chicago Symphony Orchestra🏆
- The Blue Hour – Shara Nova e A Far Cry ⭐
- Fandango – Gustavo Dudamel, Anne Akiko Meyers, Gustavo Castillo e Los Angeles Philharmonic
- Sanlikol: A Gentleman of Istanbul – Symphony for Strings, Percussion, Piano, Oud, Ney & Tenor – Mehmet Ali Sanlıkol, George Lernis e A Far Cry
- Tchaikovsky: Symphony No. 5 & Schulhoff: Five Pieces – Manfred Honeck e Pittsburgh Symphony Orchestra
- Elaine Martone🏆
- David Frost
- Morten Lindberg
- Dmitriy Lipay
- Brian Pidgeon
- "Wagging Tongue" (Wet Leg Remix) – Depeche Mode (remixador: Wet Leg)🏆
- "Alien Love Call" – Turnstile e BadBadNotGood featuring Blood Orange (remixador: BadBadNotGood)
- "New Gold" (Dom Dolla Remix) – Gorillaz featuring Tame Impala e Bootie Brown (remixador: Dom Dolla)
- "Reviver" (Totally Enormous Extinct Dinosaurs Remix) – Lane 8 (remixador: Totally Enormous Extinct Dinosaurs)
- "Workin' Hard" (Terry Hunter Remix) – Mariah Carey (remixador: Terry Hunter)
- The Diary of Alicia Keys – Alicia Keys🏆
- Act 3 (Immersive Edition) – Ryan Ulyate
- Blue Clear Sky – George Strait
- God of War Ragnarök (Original Soundtrack) – Bear McCreary
- Silence Between Songs – Madison Beer
- "Helena's Theme" – John Williams🏆
- "Amerikkan Skin" – Lakecia Benjamin feat. Angela Davis
- "Can You Hear The Music" – Ludwig Göransson
- "Cutey And The Dragon" – Quartet San Francisco feat. Gordon Goodwin's Big Phat Band
- "Motion" – Béla Fleck, Edgar Meyer e Kazir Hussain feat. Rakesh Chaurasia⭐
- "Folsom Prison Blues" – The String Revolution featuring Tommy Emmanuel🏆
- "Angels We Have Heard On High" – Just 6
- "Can You Hear the Music" – Ludwig Göransson
- "I Remember Mingus" – Hilario Durán e His Latin Jazz Big Band featuring Paquito D'Rivera⭐
- "Paint It Black" – Wednesday Addams
- "In the Wee Small Hours of the Morning" – Säje Featuring Jacob Collier⭐🏆
- "April in Paris" – Patti Austin featuring Gordon Goodwin's Big Phat Band
- "Com Que Voz (Live)" – Maria Mendes featuring John Beasley & Metropole Orkest
- "Fenestra" – Cécile McLorin Salvant
- "Lush Life" – Samara Joy
Classical
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Jazz, Pop Tradicional, Instrumental Contemporâneo e Teatro Musical
Melhor Performance de Jazz
| Melhor Álbum Vocal de Jazz
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Melhor Álbum Instrumental de Jazz
| Melhor Álbum em Grande Conjunto de Jazz
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Melhor Álbum de Jazz Latino
| Melhor Álbum de Jazz Alternativo
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Melhor Álbum Vocal de Pop Tradicional
| Melhor Álbum Instrumental Contemporâneo
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